“O
Ministério da Saúde pode e deve limitar o acesso aos medicamentos mais caros
para tratar doenças como a sida ou o cancro. Foi neste sentido que se
pronunciou o Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida”
Este
disparate criminoso seria já de si gravíssimo se correspondesse ao devaneio de
um qualquer débil mental empossado em funções por clamoroso erro de casting. No
entanto este disparate é ainda mais grave do que aparenta porque corresponde a
uma certa forma de encarar a Vida e a Pessoa seguida e publicitada pela grande
maioria dos ministros e secretários de Estado deste governo bem como de muitos
deputados que constituem a presente maioria parlamentar.
Esta gente
tem uma visão higienizada da sociedade em que o Homem é subordinado ao lucro e
à mais valia. Esta gente tem uma visão de uma sociedade onde existem uns poucos
imensamente ricos (naturalmente saudáveis e lavadinhos) e uma enorme mole de
pobres (naturalmente doentes, sujos e dispensáveis). Uma visão de uma sociedade em que a
Classe Média não existe. Uma visão de uma sociedade onde não existem poderes
intermédios.
O discurso
pré-eleitoral de Passos Coelho, se escutado com a devida atenção - suportado
pelas atoardas de muitos dos seus apoiantes, tornados hoje consultores do
governo e administradores de vários organismos do Estado ou por ele
participados – indiciava claramente o que aí viria e que efectivamente veio.
Não nos iludamos vivemos sob um jugo neo-liberal extremista em tudo semelhante
ao mais execrável dos fascismos. Se calhar pior porque não assumido.
O senhor
Miguel Oliveira da Silva, presidente do Conselho Nacional de Ética para as
Ciências da Vida, apenas se limitou a verbalizar de forma absolutamente clara
as premissas éticas em que este governo assenta a sua acção.
Hoje, infelizmente, não tenho qualquer dúvida: este governo é muito perigoso e tem que ser derrubado. Custe o que custar.
Hoje, infelizmente, não tenho qualquer dúvida: este governo é muito perigoso e tem que ser derrubado. Custe o que custar.
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